Um pouco de História
A formação do grupo de usuários BigData IA é resultado de uma colaboração entre membros de antigos grupos de usuários da Sucesu-PR, especificamente o GU OS/2 e o GU OpenSystem, e da Rede Sol (Rede de Excelência em Software Livre). Esta página proporciona um panorama da evolução desse grupo, enfatizando como a dinâmica da tecnologia periodicamente ressalta a importância de conectar pessoas para a efetiva absorção de novas tecnologias.
A sequência de eventos marcantes na história desse desenvolvimento é a seguinte:
- 1990: Inauguração do Grupo de Usuários de OS/2 Curitiba (GU OS/2).
- 1998: Criação do Grupo de Usuários de Sistemas Abertos (GU OpenSystem).
- 2006: Constituição da Rede De Excelência em Software Livre (RedeSol).
- 2024: Criação do Grupo de usuaários de BigData e Inteligência Artificial (Gu Data-ia).
GU OS/2
Em 1990, três estudantes de segundo grau técnico do CEFET Paraná, insatisfeitos com as tecnologias operacionais da Microsoft, como MS-DOS e Windows 3.1, descobriram no IBM OS/2 um sistema operacional multitarefa que atendia às suas necessidades. A escassez de documentação, informação e software para o sistema operacional OS2 da IBM gerou a necessidade de interação e troca de experiências. Nesse contexto, Alessandro Binhara, Klabert da Silveira e Adilson Luis Carvalho, estudantes de eletrônica do CEFET-PR, fundaram o GU OS2 Curitiba na Sucesu-PR. O então presidente da Sucesu-PR, Fábio de Souza, desempenhou um papel crucial no processo de formação do grupo.
O primeiro encontro do GU OS/2 destacou-se pela apresentação do primeiro acesso à internet na Sucesu Paraná, usando um modem discado, o sistema operacional OS2 e o navegador IBM Explorer. Klaubert conduziu a apresentação, demonstrando como criar uma página HTML básica. Naquela época, o conceito de internet ainda era pouco compreendido.
O grupo realizava encontros mensais, atraindo entre 20 e 30 participantes, e formou uma comunidade em torno do sistema operacional em Curitiba, recebendo palestras da IBM e outros palestrantes, além de promover networking entre os usuários. Em 1995, após a separação da Microsoft e da IBM no desenvolvimento do OS/2, o lançamento do Windows 95 impactou significativamente as expectativas dos usuários de OS/2. Com o tempo, a falta de aplicativos e suporte da IBM tornou inviável a continuação do uso do OS/2, assim como a manutenção dos encontros do grupo de usuários.
GU OpenSystem
A necessidade de troca de informações e o crescente interesse em manter uma rede de contatos levantaram questões sobre a realização de futuras reuniões e eventos, apesar da ausência de um motivo específico para tal. Uma pesquisa informal revelou que os membros do grupo estavam utilizando uma variedade de tecnologias: enquanto alguns ainda operavam com o OS2, outros haviam migrado para o Windows 95, e havia aqueles que adotaram algum tipo de servidor Unix em ambientes corporativos. Notavelmente, muitos já começavam a explorar um sistema operacional então pouco conhecido, o Linux.
Diante da diversidade de tecnologias utilizadas pelos membros do grupo original de OS2 e da falta de um foco tecnológico único, surgiu a ideia de criar um grupo mais inclusivo, aberto a várias tecnologias. O principal objetivo desse novo grupo seria reunir pessoas, mais do que se concentrar em uma única tecnologia. Assim, com o intuito de abarcar uma gama mais ampla de tópicos tecnológicos, formou-se o GU OpenSystem, um grupo de usuários com uma abordagem aberta a diversas tecnologias. E assim nasceu o Grupo de Usuários OpenSystem.
Inicialmente, a logomarca do grupo não incluía o pinguim, refletindo o objetivo de não se restringir a um grupo focado em Linux. No entanto, devido ao crescente interesse no Linux, o simpático pinguim acabou sendo adotado como mascote na logomarca. O principal intuito era manter o grupo aberto a diversas tecnologias, daí o nome “Open System”.
Durante esse período, a empresa Conectiva começou a ganhar destaque em Curitiba com o desenvolvimento de seu próprio sistema operacional Linux. Percebendo que muitos participantes já utilizavam o Linux, decidiu-se organizar um encontro focado nesse sistema operacional. A divulgação do evento foi feita entre os membros do grupo de usuários OS2 e na lista de emails da Sucesu-PR.
No primeiro encontro do GU Open System, a Conectiva foi convidada para ministrar uma palestra sobre Linux, com a participação de Sandro Nunes e do desenvolvedor de Linux, Arnaldo Carvalho. O evento foi planejado para oferecer uma sala para palestras e oportunidades de networking durante um sábado.
Então, pouco antes de começar a palestra, a sala começou a encher mais rápido do que pipoca em micro-ondas! Decidimos começar o evento, e quando saí para checar se havia mais almas perdidas querendo entrar, deparei-me com uma fila tão grande na secretaria da Sucesu que parecia a estreia de um filme de super-herói! E, claro, não caberia todo esse “exército” na nossa sala.
A foto abaixo captura aquele momento “Eureka!” em que percebemos que a sala estava sendo lotada e algo extraordinário estava acontecendo fora dela. Quando saímos, só conseguíamos ver o semblante de pânico da Marise, a secretária executiva da Sucesu, que parecia mais confusa do que cachorro em mudança, sem saber o que fazer com tanta gente.
A Sucesu Paraná, tinha uma segunda sala disponível, ainda com os móveis embrulhados , pois haviam acabado de receber um novo conjunto de mobiliário para sala de reuniões. Com um espírito de “vamos nessa”, e com a ajuda dos participantes, organizamos a sala e transformamos o evento em uma experiência dupla: uma palestra introdutória sobre Linux com o Sandro Nunes e, na segunda sala, o Arnaldo improvisou uma palestra sobre kernel Linux, como um verdadeiro mestre do “faça você mesmo”.
Na foto, podemos ver o Arnaldo se preparando para a palestra, e uma moça, provavelmente uma participante, que assumiu a nobre missão de desembrulhar as cadeiras novas. Dá até para notar as mesas, ainda empilhadas ao estilo Tetris atrás do Arnaldo.
Então, convidamos todos para se reunirem no corredor para a abertura do evento, já que o espaço disponível não era suficiente para acomodar tantas pessoas, um verdadeiro testemunho do sucesso e interesse despertado.
Neste cenário improvisado, tivemos a honra de contar com a presença do Professor Doutor Joaquim Valverde, que, em meio a um corredor lotado, realizou uma apresentação impactante, mantendo todos atentos e de pé. Em seguida, propusemos dividir a audiência em dois grupos: aqueles que buscavam uma introdução ao Linux e desejavam ter uma primeira experiência com o sistema operacional, e um segundo grupo, voltado para usuários mais avançados, interessados em uma palestra mais aprofundada.
E foi assim que aconteceu o primeiro encontro do grupo de usuários Open System de Curitiba, um evento que entrou para a história. Devido ao surpreendente e crescente interesse pelo sistema operacional do pinguim, nunca mais conseguimos realizar os encontros do grupo na sede da Sucesu, pois era impossível comportar a imensa demanda. Este fenômeno foi um claro indicativo do sucesso e da importância do grupo na comunidade tecnológica local.
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Segundo encontro
O Segundo encontro foi realizando na Faculdades Essei de Curitiba. Novamente tivemos lotação das salas mesmo realiando o evento em dois mini auditorios. Tivemos vários palestras e a presenca de pessoas de santa cataria como Maincon Wendhouse que ainda participa ativamenta das comunidade de software livre . Tivemos nesse encontro tambem um install fest onde instalmos certa de 10 computadores com linux.
Primeiro InstallFest
Realizamos o primeiro installFest de linux no brasil . Um “Installfest Linux” é um evento comunitário onde voluntários ajudam pessoas a instalar o sistema operacional Linux em seus computadores. Estes eventos oferecem assistência técnica, oportunidades de aprendizado sobre Linux e software livre, e promovem networking dentro da comunidade de usuários. Eles são caracterizados por um ambiente informal e acolhedor, cobrindo uma ampla gama de distribuições Linux, e são abertos a todos, independentemente do seu nível de conhecimento técnico. Installfests foram importantes para promover a acessibilidade e o uso do Linux e do software livre.
O grande desafio para a coordenação era encontrar locais capazes de acomodar a crescente demanda. Assim, iniciaram-se parcerias com escolas, institutos e outras empresas para a realização dos encontros. Geralmente, as reuniões atraíam entre 150 a 200 pessoas. Eventos notáveis foram realizados na unidade Ecoville da Positivo, onde os anfiteatros frequentemente ficavam lotados. A segunda reunião ocorreu em uma faculdade, utilizando suas salas de aula e auditório, com o apoio do diretor Valverde. Posteriormente, uma parceria com o Positivo possibilitou a realização de muitos encontros no cursinho da instituição, preenchendo quatro salas próximas ao Shopping Curitiba, no centro da cidade. Algumas fotos desses encontros ilustram bem a magnitude dos eventos.
Dia Linux 2000. Um evento do grupo de usuarios realizado no Sebra-Pr com a participaáo de mais de 400 peessoas e contamos com a presença do criardo do MySQL como palestrante do evento.
Em 2001, o Linux já havia crescido significativamente e os encontros do grupo eram mensais, reunindo centenas de pessoas. De 1998 a 2001, não houve um mês sem uma reunião do grupo de usuários. Nesse ano, um evento marcante foi organizado, trazendo Richard Stallman, o criador do conceito de software livre, para o primeiro Fórum Internacional de Curitiba na FIEP, reunindo quase 1000 pessoas.
Podemos ver um foto antiga do criado do Softaware Livre , senhor Richard Stalman fazendo a sua palestra sobre os Conceitos do Software Livre.
GU OpenSystem na Revista do linux
Acabamos ajudando na formação de muitos grupos de usuários pelo brasil e Auxliamos na organizacao de muito evento de Software Livre pelo Brasil como :
- Forum international de Software Livre Brasil em Porto Alegre
- Conisle – Conferencial de Software Livre em São Paulo
- Solisc – Conferencia de Software Livre em Florianopolis
- Solivre – Conferencia de software livre em Maringa
As atividades do grupo de usuários Open System ganharam tamanha notoriedade, a ponto de serem reconhecidas nacionalmente, inclusive com destaque na revista do Linux, que na época possuía uma circulação mensal de mais de 100.000 exemplares. O trabalho do GU Open System foi reconhecido como um dos principais impulsionadores de networking e organização entre os usuários de Linux em todo o país.